Na sexta-feira, dia 26/11, fui para a Bienal com meus alunos da Educação Especial.
Em muitos outros passeios que nossa Escola Especial fez, vários alunos faltaram. Na ida a Bienal, procurei enfatizar aos pais a importância desta visita, utilizando-me da fala de CAMNITZER, que achei de suma importância ao ler o material de Artes Visuais no Rooda: "Por que é importante levar os alunos a ver obras de arte? A presença material da obra é muito importante. É preciso ver a escala, a sutileza da cor, a textura, as mudanças causadas pela circulação ao redor dela, os ecos entre uma obra e outra – e nada disso um livro consegue reproduzir. Isso é muito importante, principalmente quando não existe uma experiência prévia." Coloquei essa palavras do autor com minhas palavras para os pais e tive uma grande surpresa: apenas um aluno meu faltou, e porque estava doente! Fiquei muito feliz e sei que foi um grande fruto do embasamento teórico deste curso.
Fiz com meus alunos do primeiro ano uma releitura do quadro de Renoir "A menina e seu gato". Sempre fiz releituras em sala de aula, mas agora meu olhar está mais amadurecido devido ao embasamento teórico que temos ganhado no Rooda. Também foi de CAMNITZER a fala que responde a este questionamento: Qual deveria ser o principal objetivo do ensino de Arte nas séries iniciais? "Ajudar o estudante a elaborar problemas e buscar soluções, fazendo com que ele pense e analise o desafio... a utilidade da atividade não está em fazer cópia ... há muito a especular e entender. Ou seja, o problema é ver o que acontece com a informação quando passa de um estado a outro e o que se perde, o que se ganha com esse processo, tornando-o mais interessante e fértil."
As obras dos meus alunos ficaram bem simples, mas posso dizer que ficaram lindas e cada um colocou algo de si em sua obra!
domingo, 28 de outubro de 2007
Nossa ida a Bienal!
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Marcadores: Artes visuais.
Refletindo sobre nossas aprendizagens...
Tivemos que fazer um trabalho, desafio 1, na disciplina Ludicidade e Educação e o início dele era uma reflexão sobre a música "Epitáfio" com os Titãs.
No dicionário está escrito:
epitáfio = do Latim epitaphiu < Gr. epitáphion
substantivo masculino,
inscrição tumular.
Sobre este vídeo
Trabalho de faculdade feito por Paulo Christofoli em Porto Alegre/RS
Devemos realmente refletir: O que estamos fazendo com a nossa vida? Estamos realmente VIVENDO? Estamos nos dedicando ao curso? Refletimos proveitosamente em todas as nossas práticas pedagógicas? Estamos levando para a sala de aula tudo aquilo que temos aprendido?
Assisti também ao vídeo da entrevista com a professora Tania, podendo constatar a certeza que ela tem em suas afirmações sobre a importância do lúdico. Sua fala fica como um ótimo referencial e nos dá um rico embasamento sobre o tema, que ela domina tão bem. Eu nunca tinha ouvido falar sobre a origem dos ursos de pelúcia, achei bem interessante. O que mais as aulas de Ludicidade têm me acrescentado é a certeza do quanto é importante o brincar, o jogo, o brinquedo em si. Como vemos nosso aluno crescer interagindo, obedecendo regras e aprendendo a criar suas próprias. Fazendo um paralelo com a música: temos mesmo que "viver" mais e ensinar nosso aluno a viver também, nos aceitando uns aos outros com nossas diferenças, sabendo que cada um de nós, professores e alunos, leva consigo uma bagagem infinita de experiências, dores e alegrias.
Postado por Unknown às 05:19 0 comentários
Marcadores: Ludicidade e Educação., Música na Escola.
domingo, 7 de outubro de 2007
Novas aprendizagens.
Eu tinha até um certo orgulho em dizer que não gosto muito de interferir nas produções artísticas de meus alunos. Estudando agora sobre a Escola Tradicional, a Escola Tecnicista, a Escola Nova e sobre a Proposta Triangular, vi que eu não estava de todo correta, mas também não muito longe da verdade. Coloco aqui um pequeno texto que fala sobre isso:
Essa situação levanta questões que se relacionam com um ensino focado na educação através da arte ou Teoria da Livre Expressão, na qual o aluno se expressa com inteira liberdade sem qualquer tipo de interferência ou contribuição do professor. Parecendo, em princípio, uma situação ideal de ensino, esta aula, no entanto, pouco acrescenta no educando o conhecimento sobre a arte. Tende a caracterizar-se como exercícios de arte-terapia, o que, decididamente, não é a meta desejável para o ensino de arte nas escolas formais.
A Proposta Triangular propõe que se trabalhe de forma a possibilitar aos alunos a vivência e a compreensão das linguagens da arte, a partir da experiência de ver arte, saber e refletir sobre ela, do seu fazer, incluindo tudo que entra em jogo no percurso criador. Uma proposta que, além de valorizar os recursos pessoais, a pesquisa de materiais e técnicas, possibilita um trabalho centrado na percepção, na imaginação e na reflexão.
Proposta Triangular que, segundo Ana Mae Barbosa“é construtivista, interacionista, dialogal, multiculturalista e é pós-moderna por tudo isto e por articular arte como expressão e como cultura na sala de aula”.
Para Barbosa, “Multiculturalidade não é apenas fazer cocar no ‘Dia do Índio’, nem tampouco fazer ovos de Páscoa ucranianos ou dobraduras japonesas ou qualquer outra atividade clichê de outra cultura”.
Uma proposta de ensino multicultural deve preocupar-se em compreender os objetos estéticos dentro de sistemas simbólicos culturais mais amplos, dando lugar às abordagens contextualistas, instrumentalistas e interdisciplinares para o estudo da arte. Obras de arte, nesta perspectiva, são representações sociais, portanto, constitutivas de visões de mundo de determinados grupos sociais (Hernández, 2000).
Postado por Unknown às 14:49 1 comentários
Marcadores: Artes visuais.
Teatro e Educação.
Na quinta-feira, dia 04 de outubro, foi nossa aula presencial de teatro.
As atividades que vivênciamos foram muito agradáveis.
Logo na sexta-feira já me utilizei de algumas delas, pois eu procurava mesmo algumas atividades diferentes para o nosso segundo dia da Semana Especial da Criança na Escola Rubaldo.
A brincadeira do Baltazar foi muito legal! Nossa capacidade de atenção foi bem testada...
Meus alunos também adoraram brincar e "obedecer ao Baltazar"!
Antes desta aula pensava erroneamente que o teatro era só diversão! Aprendi então que tudo, embora seja divertido, deve ser tratado com bastante seriedade e respeito.
Postado por Unknown às 14:06 0 comentários
Marcadores: Teatro e educação.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Filme: 12 homens e uma sentença.
Esta foi a postagem que fiz no fórum do Rooda:
No dicionário está escrito:
Evidência
do Lat. evidentia
s. f.,
certeza manifesta;
qualidade ou condição do que é evidente;
(no pl. ) provas;
(no pl. ) demonstrações.
Argumento
do Lat. argumentu
s. m.,
raciocínio de onde se tira a respectiva conclusão;
razão;
prova;
exposição sucinta;
assunto;
enredo;
história preparada especialmente para cinema;
discussão;
altercação.
Só de olhar a carinha de tristeza do menino na introdução do filme, achei que ele não era um assassino.
Muitos homens não dão a seriedade devida ao que acontece a sua volta. É muito cômodo para o ser humano dizer logo um sim ou um não e se ver livre de quaisquer responsabilidades... Muitos preocupam-se apenas com a sua própria vida e lavam as mãos ao que diz respeito a vida de outros, mesmo sabendo ser um caso de vida ou de morte.
(Há anos não ouvia mais esta expressão: Putzgrila!)
Farei um rápido resumo do que assisti.
Espero que eu seja clara:
Evidência para o julgamento = O pai foi morto pelo menino de 18 anos a facadas.
Argumentos = Nascido em uma favela, a mãe foi morta quando ele tinha nove anos, viveu num orfanato por um ano e meio, enquanto o pai estava preso por falsificação. Apanhava na cabeça todos os dias, desde os cinco anos de idade.
Um dos jurados coloca como evidência o depoimento de uma quase vizinha do garoto (a que diz tê-lo visto matar o pai pelas janelas do trem que ia passando).
O Henry Fonda (jurado-arquiteto) argumenta: se vc não acredita nele, pq acredita nela?
O tal jurado ficou sem resposta.
Com seus inteligentes argumentos ele vai derrubando as ditas evidências: O canivete, que disseram ser o último e difícil de encontrar - o arquiteto conseguiu comprar outro igual. Como o vizinho de baixo ouviria o garoto gritar e o corpo cair, se a vizinha de frente disse que um trem passava no exato momento? Não daria para ouvir nada devido ao barulho do trem. Quando alguém com raiva diz querer matar outra pessoa, quer mesmo matá-la? Alguém se lembraria dos nomes exatos dos filmes que assistiu em determinada noite no cinema e de seus respectivos atores? Com seus argumentos, leva todos os outros jurados a refletirem e argumentarem também, alguns até se contradizem, e o quebra-cabeças vai sendo montado...
(Puxa, em 1957 era proibido comprar e vender canivetes!!)
Interessante: Depois dos jurados afirmarem que as crianças crescidas em favelas se tormam violentas e capazes de tudo, um deles agradece ao jurado ( àquele que disse ter sido um favelado) por não ter perdido o controle e não se deixar levar por emoções pelo modo rude com que foi tratado. O dito ex-favelado era um dos jurados mais controlados e pacificos.
Embora muitas sejam as evidências, estas devem ser discutidas e argumentadas, pois Nenhum juri pode declarar alguém culpado, ao menos que tenha ABSOLUTA certeza disto. (palavras do jurado-arquiteto)
O que mais me impactou (e me fez chorar) foi o jurado, o de gênio mais esquentado, que teimava em defender seu voto de culpado, mesmo depois que todos os outros declaravam o réu inocente. Ele transferia para este réu o desgosto que ele teve com seu próprio filho. No momento das argumentações, parece que ele mesmo se dá conta disto, ao rasgar raivosamente a foto de seu filho, e se rende aos prantos, declarando então o réu inocente. Muito linda a cena!
Adorei o filme!
Vou indicá-lo pra minha prima que está fazendo faculdade de direito!
Abraços a todos.
Postado por Unknown às 19:37 2 comentários
Marcadores: Seminário Integrador.