domingo, 28 de junho de 2009

O fim depende do começo!


Seria até desnecessário elogiar o filme, visto que todos nós o assistimos, mas não poderia iniciar a postagem sem comentar como foi gostoso assistí-lo e como foi fantástica a atuação do honrado professor William Hundert.
Foi maravilhoso assistir "O Clube do Imperador" com um olhar crítico de quem teria de analisar toda a conduta do professor, fazendo um parametro de suas atitudes com a minha própria conduta em sala de aula, refletindo mais uma vez sobre minha experiência docente.

Emocionei-me com a homenagem que sua turma de 1976 lhe fez, 25 anos depois:
“Um grande professor tem pouca história para registrar.
Sua vida se prolonga em outras vidas.
Homens assim são pilares de nossas escolas...
mais essenciais que seus tijolos ou vigas
e continuarão a ser centelhas e revelações em nossa vida.”


Achei muito linda a fala do professor
"Por mais que tropecemos, o fardo de um professor é sempre esperar que o ensino mude o caráter de um garoto e assim o destino de um homem".

Embora que, particularmente, eu não chamaria de fardo.

Quando fiz a atividade, não soube muito bem explicar todos os princípios morais envolvidos na decisão do professor.
Ao escrever esta postagem, surgiam mais alguns:
Os fins não justificam os meios, como comprovou o próprio professor.
Reconhecer os próprios erros é sublime, é para sábios.
O exemplo dos superiores influencia a personalidade de quem deles depende.

Como uma complementação do meu trabalho, coloco aqui também evidências que não foram exploradas explicitamente pelo filme, mas que eram visíveis:

1 - Creio que o primeiro conflito moral em que o professor Hundert se deparou, foi quanto a professora Elisabete, por quem aparentemente estava apaixonado, mas que era casada.
2 – A solução que ele escolheu para este conflito, foi permanecer calado, isto é, não confessar seus sentimentos e optou por alimentar seu amor em silêncio, usufruindo apenas de sua amizade..
3 – Os princípios morais envolvidos nesta decisão foram: tentar anular seus próprios sentimentos para não causar sofrimentos a outras pessoas; absteve-se de um desejo que julgou não ser corretamente moral.
4 – Sua decisão foi moralmente correta, pois partimos do princípio que não se deve interferir nem destruir um casamento.
Ao final, igualmente teve sua recompensa: Elisabete separa-se do marido e volta para ele.
Citações relevantes durante o filme:
~>Sempre temos que ter esperança!
~>Hundert disse no início O caráter de um homem é o seu destino.
~>Falou que durante 34 anos atuou como simples professor.
~>Creio que ele foi um grande professor, apesar de seu erro com o aluno Martin Blythe.
~>Lema da escola, bordado no brasão: “O fim depende do início”.
~>O valor de uma vida não é definido por um fracasso ou um sucesso solitário.

Como professores devemos mesmo esperar que o "ensino mude o caráter de um menino e assim o destino de um homem".

Fiz minha atividade, sem querer julgar e condenar o professor, mas com a convicção que eu jamais iria interferir assim como ele o fez, mudando a nota de um aluno e prejudicando outro. De repente me deparo em uma situação em minha sala de aula: Para a Festa de São João da escola em que leciono a tarde, deveriam ser escolhidos o Rei Pinhão e a Miss Pipoca. Eles levariam bandeirinhas para vender e ganharia o casal que vendesse o maior número delas. Muitos dos meus alunos quiseram participar e eu ia "boicotar" alguns, pois, por serem muitos, diminuiria a chance de minha turma ganhar em primeiro lugar, pois os votos ficariam divididos. Imediatamente "acendeu-se uma luzinha" em minha consciência e lembrei-me do que fez o professor ao desclassificar seu aluno Blythe injustamente! Mandei então o bilhete para todos os interessados e deixei que suas famílias decidissem, autorizando ou não a participação de cada um, pois a mim, como professora deles, não era dado o direito para tal decisão!

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